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Assassina
03:02
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Yasssassin, turco pra vida longa
Cortando na raiz os motivos de morte e sombra
Espelho cristalino de uma alma fria e morta
Trancando em lar remota um quente assassino
Não domino as artes da ciência
Em um laboratório como reanimadora
Um prometeu moderno, de certa experiência
Tirada pelas margens com certa demencia
Em minha mesa deita um corpo gelado
Com parafusos presos em sujeito e predicado
Linhas pela familia, marionete cria
Em aguas turbulentas vou ressucitar Sofia
Grego pra inteligencia, gnóstico pra queda
Amigos me perguntam, por que ando tão incerta?
Pois eu repito erros a um destino cansado
Presa num loop-groove de um futuro passado
(Down the hill cascade
And keep away the masquerade
Dreamed of ringing voices
And you promised me poems
And you promised me poems)
Quase deus, prometendo poemas
Quando escreve certo em linha certa como penas
Da ave de rapina, espreito sua sorte
Rodeando minha cabeça, prevendo a minha morte
O truque é ser poeta do delito
A louca canta aos montes sem ninguem a dar ouvidos
Ou o bobo da corte, o privilegiado
O unico dissidente pago pelo estado
Tropeça mas não cai, um golpe arquitetonico
Lutando em gravidade em um golpe semisônico
Espelho de maneira quase irremediavel
Os homens seguem as bordas como se fossem atomos
Formigas escalando pela torre de babel
Numa espiral eterna, um acidente natural
Cortando as raizes numa sombra de uma morte
Aos meus irmãos de luta, os desejo sorte
(You promissed me poems
You promissed me poems)
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3. |
Atlantis
01:30
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O quão pesadas são as amarras da mente?
O quão apertadas e frias são as correntes?
Um hiato provocado por dificuldade tecnica, réplica
Com spot, fecham metrica
Um funk carioca de nascença mesmo que as avessas,
Grime, slime, te consumo nas arestas
A fome é sempre é o melhor tempeiro
Um caldeirão fervendo, alucinante cheiro
Psicodélica, angélica musa em ascenção
Mordente, ardente de paredes feito pixação
Coração bobo em frente da nação
De Jobim, Brown, Maia, anterior a visão
O véu que cobre sempre os sentidos
A floresta verdejante queima sem avisos
Carnaval de abraços sem paixão
Carro e alegoria, fantasmas da visão
Animada feito papel laminado
Faca na bainha, coldre do meu lado
Faroeste urbano, meditação Coltrane
Poesia escrita na linha do trem
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Colagem de uma Vida
02:29
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Ondas radioativas emanando do sudeste
Sistema nervoso, linha de trem, truque de mestre
O busão vai lotado com gente de 7 as 7
Liveset no ouvido preso num calor da peste
Recriando um universo na cabeça
Correndo nas janelas, implorando sutileza
Todas as vidas do meu lado tem suas neuroses
Alma em zero dormindo na chuva que chove, que chove
"Keep your heart three stacks, keep your heart"
Os fones distorcendo os arredores sem parar
Ouvindo tantos contos de penuria e de pecado
Rezando pra que um dia eu possa desanuviar
Como se nos mutantes, como na tropicalia
Um movimento punk, poesia marginalia
Eu levei anos para pegar na caneta
Como se a tinta dela fosse uma terrivel luneta
Revelando para mim um meteoro tenebroso
Caindo pela terra, sempre um final horroroso
Eu como um outro pelas paginas da rima
O que se deve paga, cobra sempre a ti a vida
Serpente do eden prometeu conhecimento
O pecado original sempre foi achar resposta
Por que ainda na vida pensei em um momento
Um descanço, não alcanço meu destino, minhas costas são cansadas
De carregar meu corpo pela história
De todo contexto vivido, de embrasada memória
Nego acha solidão coisa pouca
Experimenta um superego que nunca cala a boca
Porque ela não tem boca, olhos não tem não
A mente é um monstro sem rosto e coração
Que a racionalidade sempre tenta esconder
Que sempre a maior critica é você
Mas é a velha história de mulher abandonada
Com ela eu sou ruim, sem ela não sou nada
Por isso eu fecho os olhos e tento seguir caminho
Que tem transito a frente, uma rosa com espinho
Sera que uma rosa com qualquer outro nome
Iria ter o doce cheiro do renome?
Eu penso por aqui em toda merda que eu passei,
Quanta gente olha no espelho e o rosto some?
Meu titulo escolhido, artistico de sorte
Gabriela, e para os intimos, sandrinha do chicote
Eu falo pela voz que eu neguei pelo recorte
Colagem de uma vida fugindo da morte
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5. |
Espelho
03:03
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"Just waking up in the morning, gotta thank god
I dont know, but today seems kinda odd"
Quebrei espelhos nas paredes de meu quarto
Meu rosto Vic Sage, questão para todo lado
Meta de vida: fazer valer a pena
Do choque do combate, no sangue da arena
Os fantasmas em meus olhos ao talhar os ventos mares
Antecipam minha queda, me seduzem com olhares
O meu pecado foi querer em minha mocidade
Acelerar o tempo afrente da maior idade
E só então perceber tarde demais
Que o ponteiro só da volta em uma direção, voraz
O relógio ta quebrado, mas a hora ta certa
O zelo do DJ, que o groove não acerta
Screwed up, tropeçando mas nunca desiste o passo
De um balé macabro, de um cadaver em solto espaço
Uma dança sombria sem um fim
Sem a frase pra encerrar, um sorriso de marfim
Estalando na lareira queima o meu DNA
O destino em minhas mãos só eu que vou traçar
Meto bronca, mas no fundo é covardia
Escrevendo musica em casa, corre noite e dia
Reflexo vira matéria, fica a questão
Um espelho refletindo outro gera formação?
Admiro tudo ao meu redor
Com um pequeno medo, um gélido suor
Minha vida ta facil quando é minha neurose
Quando que vou sentir a hora de aumentar a dose?
Não sinto rancor, tampouco inveja
Pode ser chato pra mim, mas ao mundo é uma festa
Devaneios sem destino como uma anunciação
Deus ta vendo camarada, não fica de invenção
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6. |
Querosene
02:49
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Meia lua inteira, chuva de veneno
Pelas ruas do Rio de Janeiro, sombra, cinzeiro
Carregando pelas costas quilos da caçamba
Do motor de carro, pés de lama e cigarro
Vamos de flow roubado, contrabandeado
Auto-sintetizado, aos donos deixei recado
Papel preso a faca na cabeça do Rei
Diagrama revisado, sandra assinado
Nem pensei que podia falar algo presa no meu quarto
Tipo Charles Manson, transferencia de assassinato
Tipo Westside Gunn, Story
Não demore para pereceber que meu papel é mole
Escavando pelos samples, loop digga digital
A gangue aqui é triade, nivel multinacional
Eu não tenho referencia facial
Stalking pela rua, não pense que não sou fatal
Fui criada pelas ruas,
Se as ruas são a fiação do meu apartamento
Mantida na internet, pulso de radar,
Não vou nem pensar em emplacar que eu vim de algum lugar
One song a scammer, the next song a killer
Ja dizia Maxo Kream então não vou pagar de drilla
É no peso do bumbo, é no caderno cheio,
Pelas veias de tinta que eu gero seu receio
Oito anos afiando a espada de moleque
Que não tem visão, só tem marra de machão
Eu lembro das rodas de rima la do engenhão
Nego pensa em emplacar, mas não pensa em mudar
Cara paga de bandido pros amigo
Mas não perde tempo em lamber bota de milico
Para de jogo, que essa porra é importante
Se ninguem da um passo a frente, a gente começa um levante
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7. |
Recruta Zero
03:54
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Roda de prata pra reger movimento
Como maestra em uma orquestra, um classico sedento
Assalto a mão armada de equipamento caro
É nerf digital, contra empresa em um momento
Uma pirata, que navega em agua turbulenta
Equipe de poeta, vendo tudo em marcha lenta
O pique é mnemonico, hacker de lixo sonico
A gangue da tomada em um nipe psionico
Vapor barato rastejando pelo chão
Equipe de vilões assustando uma nação
Korova milk bar, quebra as costa vacilão
O beat é marcado na pele com um facão
Uma linhagem anciã de diversos padrinhos
Magia negra encontrada em fitas e quadrinhos
Rituais aos velhos deuses do sintético
VIeram como um perigoso virus estético
Entrega a morte pela grade digital
Desmantelando a cada caixa direito autoral
Minha propriedade não tem nada de intelectual
Roubo de identidade, golpe quase mortal
E a gente vai dançando a noite a fora
A pele vai ouvindo e nos relembra a aurora
A mulher no fluxo de outrora
Em movimentos que foram jogados fora
Assassinados pelo eixo da planilha
Inumeros sombrios, fechados com a quadrilha
Clara crocodilo, foge pelo disco
Eu fujo para o disco, faço em grade um rabisco
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8. |
Sonho de Rave
03:00
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Danação eterna um baixo preço a se pagar
Pra me fazer ouvir, pra te fazer chorar
Dignidade pouca para passar a mensagem
Meu palanque é bambo mas não da passagem
Nunca no meu tempo eu quis ver
O céu cair no mar em horario de lazer
Praia do flamengo, caminhando pelas sombras
Palacio preso, corte pronto pelas ondas
Bombas de som, sistema pesadão
Um pesadelo de anjos ao redor dessa nação
Conecta o breakbeat, aumenta o grave mano
O plano é a surdez para escapar insano
O plano é a raiva, a dança do terror
Comentario de vida, alma de rancor
Estourando na caixa uma batida nervosa
100% atualizado, estatua polida de rosa
Rave-Jungle-Funk é a selva de pedra
Depredando em via publica, explodindo essa merda
Particular é cegueira, visão compartilhada
Trafico de beat, rimando a mão armada
Expressão coloquial de trama colonial
Crise penal, punição em festival
Equipe de DJs, MCs de cordas sônicas
E improvisadores chorando em falas cômicas
Catarse momentanea de um drama eternamente vigente
Capitulando dias e dias afrente
A mente em devaneio é uma arma perigosa
A calma atras da bomba de uma face carinhosa
Estremeçendo minha garganta contra maquina metalica
Rasgando as janelas por destruição vocálica
Apatica, caso ja esteja no bueiro
E a cabeça enfim, levantou do travesseiro
Virgula por virgula os sonhos vão levar
Calma e traiçoeira como as ondas do mar (x3)
Nunca no meu tempo, meu olho quis chorar
Afrente de imagens de festas e fantasias
Alma quente e fria sempre contra-regular
Compasso sempre esconde suas disritmias
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Syderas Rio De Janeiro, Brazil
Musicista
Escritora
Estudante de Historia Da Arte na UERJ
Mulher Trans
Folk Urbano em seus diversos desdobramentos
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